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Crítica | A Face do Mal (Haunt - 2013)

Por: | 23:56 2 comentários

E ai pessoal! Bom, ja faz um tempo longo que eu não escrevo sobre nada para o blog. Por que? Porque eu tava em época de provas, com trabalhos gigantescos e livros acadêmicos para serem lidos. Bem, a semana de provas ja acabou, eu estou praticamente tranquilo agora. Então que voltem os textos, porque o blog não vai se escrever sozinho.

Então você quer ouvir uma história de fantasma...

O filme de hoje, em homenagem a Sexta-Feira 13 (mentira, eu simplesmente assisti o filme, nem sabia a data quando assisti, mas continuando), se chama A Face do Mal (Haunt). Boa premissa, bom roteiro, atuações aceitáveis e rende alguns sustos se assistir com um bom som, mas nem tudo são flores quando chega perto do final.

Vamos para a sinopse:
"Ao lado dos pais e das duas irmãs, Evan Asher (Harrison Gilbertson) é um jovem tímido e pouco sociável que se muda para uma grande casa, cujo passado é marcado por uma família que perdeu todos os filhos. Aproveitando o baixo preço e sem problemas superstições, os Asher se mudam para o local. Lá, Evan aproveita o tempo livre para desenvolver uma amizade/namoro com a vizinha Sam (Liana Liberato). Curiosos, os dois vão explorar o passado sombrio do local e despertar forças nada amigáveis."
Ok, não parece tão interessante assim. Mas afinal, que sinopse hoje em dia parece interessante? O filme tem que ir além de uma história que pareça boa para conseguir que pessoas o assistam.


Vou tratar de tudo de maneira bem geral, e mais abaixo eu deixo os spoilers para quem gosta deles, ou ja viu o filme, ou voltou aqui depois de ver (obrigado :) ) Até eu avisar, podem ler tranquilos, nada de revelações. 

O roteiro em si, escrito por Andrew Barrer (novato), é complexo, mas simples ao mesmo tempo. Faz sentido antes do fim do filme, mas devia ter tomado mais cuidado em ser agradável ao público quando o filme acaba. Algumas cenas definitivamente não deviam existir e simplesmente não fazem nada para contar a história, mas isso já é culpa da direção (Mac Carter, também novato). 

O filme é curto, então não há muito desenvolvimento dos personagens. Eles simplesmente existem e se você tiver sorte de ter prestado atenção nos dois segundos de introdução que cada um recebe em momentos espalhados, se sinta com sorte. Harrison Gilbertson interpreta Evan, o protagonista, de maneira convincente e simples. Nada de surpreender, mas não tira seu foco como acontecem em alguns filmes de terror onde colocar uma pedra no lugar do ator não faria tanta diferença.   Liana Liberato, par romântico de Evan, Samantha, consegue se destacar no meio de um elenco não tão bom. Com certeza é a melhor parte do filme, bonita, atua bem e provavelmente tem um futuro longo a frente nesse ramo.

Do lado mais maduro, temos Jacki Weaver que, por mais que tenha poucas cenas no filme, consegue parecer inocente e macabra ao mesmo tempo em todas elas. Raro talento que merece ser reconhecido aqui. O resto do elenco não demonstrou nada em suas cenas ou tiveram participações pequenas demais para serem analisadas. 




No geral, é um filme ruim, mas da pra passar o tempo, os minutos passam rápido. O fim estraga tudo, e isso pode ser motivo pra não assistir, mas eu sugiro que assistam mesmo assim. Nada fica sem esclarecimento, é só a maneira que é esclarecido que não é satisfatória. Tem o trabalho com clichês, tem a reviravolta no final, a formula toda é boa, só não souberam concluir. O fim pode te deixar com raiva e te incentivar a xingar o diretor e o roteirista. Saiba que os comentários servem pra isso tbm!!!

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A partir daqui eu vou discutir pontos da história. São os famosos e odiosos SPOILERS. Leia por sua conta e risco. Ou volte depois do filme ;)



"Toda história de fantasma começa com uma casa e uma tragédia." Essa não poderia ser diferente. A tragédia em questão é a chamada Maldição Morello. Uma família se mudou para uma casa muito bonita e nem um pouco medonha, e um por um seus filhos foram morrendo nessa casa. Depois dos três filhos morrerem, o pai morre também, sobrando apenas a mãe. Certo, imagine o quanto essa casa ja estava com uma energia ótima depois dos primeiros dois filhos morrerem. Se podiam se mudar, deviam ter se mudado antes de criarem uma maldição com o nome deles e chamarem a casa de mal assombrada.

Enfim essa mãe se muda, e então, depois de um tempo, uma família com três filhos, uma esposa e um marido (exatamente o mesmo formato da família anterior, como podem perceber) se mudam para essa mesma casa. Eles sabem o que aconteceu na casa, eles sabem que todos da cidade chamam a casa de amaldiçoada, e eles sabem que a família deles é igual a anterior que viveu lá. Claro que isso não é suficiente pra deixá-los assustados, porque isso é um filme. Na vida real nem uma família de ateus viveria na casa. 

A família é mais padrão americano que qualquer outra coisa. Um filho rebelde, a filha esclarecida, a caçula que é a mais perturbada, e os pais descrentes. Quando o filho rebelde, Evan, sai pra uma caminhada durante a noite pela floresta (acontece sempre na vida real, pode acreditar, ta no filme) e encontra Sam, uma garota que tem sérios problemas com o pai (com motivos explicados no futuro) e está chorando na floresta (outra coisa bem normal). Como qualquer jovem problemático, ele se apaixona pela primeira estranha que vê. E a relação não é normal. Inclui invasões noturnas ao quarto do cara para dormir na cama dele sem ele saber...



É quando eles decidem brincar com o radio comunicador de espíritos (alguém patenteia isso pq é ouro. Eu quero dois, obrigado). Dessa maneira eles ouvem pela primeira vez um fantasma, acham que foi ilusão da mente dos dois, e decidem fazer outras coisas. É ai que o filme realmente começa, e melhora muito aos poucos.


É pessoa sendo possuída pra cá, irmã meio louca riscando olhos em fotos pra lá, fantasma procurando pessoas no banho sem dizer o que realmente quer (teria facilitado muito as coisas... principalmente porque do nada os espíritos podem falar sem ser pelo rádio. Propaganda enganosa isso, agora que eu comprei o rádio todo mundo pode falar sem ele? Vou procurar o Procon). Eles procuram a antiga dona da casa, Sra. Morello que ta vivendo sossegada em outro canto da cidade, e ela dá uma ótima dica que ajudou muito todo mundo (menos os tímpanos de quem assistir essa cena num volume alto: fiquem alerta). Eles queimaram o rádio, trancaram o quartinho e viveram felizes para sempre.

Dai o filme fala: Ta todo mundo tranquilo demais, bora tacar um flashback muito louco e contar tudo que ta acontecendo. Samantha é filha do pai da Família Morello, e a Sra Morello foi quem matou sua mãe (o que o pai falso de Sam não sabe, já que no começo do filme fala que a mãe dela fugiu. Tinha prestado atenção nessa cena? Nem eu, pra mim parecia um flashback ou um sonho do Evan). Enfim, a mãe de Samantha é na verdade o espírito vingativo que ta matando todas as pessoas, menos a verdadeira responsável pela morte dela que saiu viva da casa e agora tá de boa vivendo em outra. Ela entra na própria filha, mata o namorado dela (mais uma vez, prejudicando a vida de pessoas que não fizeram nada pra ela), e começa a cavar no quartinho pra achar seu próprio corpo, sem sucesso pois é impedida pelos pais de Evan que chegam e ela é presa. 


Conclusão: Se você morrer nas mãos de uma mulher louca e assassina, e voltar como um fantasma, mate diversas outras pessoas que não tiveram culpa nenhuma no acontecido e deixe a verdadeira culpada viva e saudável. Quando sua filha, pela qual você morreu, finalmente começar a ser feliz depois de ser criada com um pai bêbado que batia nela por SUA culpa, você vai entrar nela e matar o motivo da felicidade dela e fazer ela ser presa. Você vai continuar assombrando a casa, e a mulher que te matou vai viver a vida dela de boa até morrer de causas naturais.

E assim você estraga um filme que podia ser ótimo!
Eu imagino que existem pessoas que gostaram do final. E eu até concordo que é melhor do que um clichê feliz, mas as ações da mãe fantasma não fizeram sentido nenhum o filme todo, e meio que isso era importante. Se você faz um filme de fantasma, mas não consegue justificar as ações dele no fim, nada disso vale a pena. 


NOTA: RUIM (mas assistível)

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Análise do Trailer.
Eu nunca vejo trailers! Acho que um bom poster e uma sinopse devem ser suficientes para vender um filme. Mas o fato é que muitas pessoas gostam de trailers. Então eu sempre faço essa análise final sobre esse pequeno vídeo feito para atiçar os duvidosos. Vale ou não a pena assistir o trailer antes de ver o filme? É baseado nessa pergunta que analiso três critérios básicos para chegar a conclusão.


Entrega partes importantes da história? Não
Consegue deixar com vontade de ver? Muita
Vale a pena ver antes do filme? Com certeza!

RESULTADO: Ótimo trailer, curto, ritmo bom. Termina antes de revelar qualquer coisa importante, mas chama a atenção pras partes que devia. Com certeza, o trailer foi mais bem bolado que o final desse filme. 






2 comentários: Deixe o seu comentário

  1. "...é um filme ruim, mas da pra passar o tempo, os minutos passam rápido."
    Sim. Dá para passar o tempo, mas infelizmente não é aquele filme que assistimos mais de uma vez.
    Adorei os comentários na sessão spoilers. Concordo com todos os absurdos entre parênteses. São ações tão normais no cotidiano. kkkk
    Concordo também que quando estava melhorando estragaram tudo com o final e nada fez sentido.

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  2. A sua resenha era a que eu procurava. Muito completa. Sou meio perturbada. Gosto de primeiro saber como é o filme pra depois assisti-lo E sua resenha foi completinha. Muitas só diziam que o filme era ruim, que a Liana Liberato fez uma fraca atuação, mas contar de fato a relação da personagem com a história, nada...

    Obrigada!

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