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Crítica | Carta Selvagem (Wild Card - 2015)

Por: | 13:21 Deixe um comentário

Se fazer filme ruim fosse crime, todos os envolvidos nessa produção deveriam estar presos.
É uma maneira bem conclusiva de começar uma crítica, mas é necessário avisar antes mesmo de inciar a escrita o quanto esse filme é ruim. Os filmes ruins tem inveja de não poderem ser Wild Card. Então se você ja assistiu, eu sinto muito, não há mais salvação pra você. Mas se você não viu, bora explorar isso melhor pra garantir que não verá.

Uma sinopse pra começar:

Quando um guarda-costas de Las Vegas com habilidades mortais e um vício em jogos se mete em problemas com a Máfia, ele tem uma última jogada em mente... é tudo ou nada!

Essa é uma péssima sinopse, mas depois de assistir o material final, eu acho ela até bem generosa.


Jason Statham é um dos atores mais adorados pelos fãs de ação (principalmente porque esse é o único gênero que ele se arrisca a fazer). Infelizmente, parece que a necessidade de estar em diversos filmes por ano fez ele descuidar um pouco na escolha de papeis. Sua atuação aqui é completamente neutra, uma narração das falas que mais parece querer reforçar o quanto o personagem é "foda" do que realmente explorar o que há por baixo. Eu não sou um grande fã, mas esse é o pior trabalho que ja vi ele fazendo.

Na verdade, é o pior trabalho de todo mundo presente no filme. É um festival de clichês ambulantes. Não há personagens reais aqui, só um bando de personagens mal escritos focados apenas em sua habilidade maior. Todos os personagens são "o mais". O mais habilidoso, o mais inteligente, o mais maldoso, o maior chefão do crime organizado, e por ai vai. São estratégias de escrita tão pobres que destroem qualquer lapso de identificação que o público poderia ter. É uma mancha cinematográfica que eu realmente espero que as pessoas percebam e que se tornem mais exigentes com o que lhes é mostrado.

Sofia Vergara está no filme. Seu nome tá até no poster. O que se espera é que ela apareça por mais de cinco minutos... não aparece. Sua personagem podia ter sido explorada, assim como seu marido em cena, mas a trama dela é deixada de lado antes mesmo do nome do filme aparecer. Stanley Tucci também está, e ele é a melhor parte do filme todo. Sua habilidade de tornar qualquer personagem real é algo que esse filme realmente precisava. São 7 minutos em cena, algumas falas, e adeus! Valeu a pena.


O filme é um grande retalho de histórias. Se fosse uma série de TV, teria material pra uns 4 ótimos episódios e uma trama paralela que poderia durar uma temporada inteira. Mas em filme ele simplesmente não funciona. O que você pensa que seria interessante ser desenvolvido é deixado de lado, o que você gostaria que fosse deixado de lado é arrastado por uma hora. O filme não tem nem um momento de direção inteligente. Parece sempre numa pressa gigante para acabar, e isso acaba deixando momentos furados, na tentativa de concluir a história.

Em alguns momentos parece que o filme se auto-corrige para tentar ficar melhor. "Eu disse isso no começo? Ah, mas o que eu realmente queria dizer é isso, isso e isso" e a trama toda muda. O roteirista do filme ja fez bons trabalhos antes, como a adaptação de Misery, do Stephen King (Louca Obsessão, de 1990), mas parece que ele não é tão bom adaptando um livro próprio dele. Tudo é uma vergonha narrativa. 

Um ponto (o único) que merece elogios é a coreografia e a direção das cenas de ação. Se você puder por um momento esquecer o motivo da ação estar acontecendo, e prestar atenção apenas na pancadaria, é quando o filme finalmente se torna divertido de assistir. Ao som de Elvis Presley, uma das cenas de ação é tão bem feita que você chega a pensar que o filme ta caminhando para um ótimo final... não está, não se iluda, será tão mais fácil se você souber que o filme não tem salvação.

"Spider-Jason, Spider-Jason, does whatever a spider can"

É um filme sobre máfia... não, é um filme sobre vício em jogos... não, é um filme sobre libertação dos medos... e acaba sendo um filme sobre absolutamente nada. Mil tramas não desenvolvidas resultam em trama nenhuma. É um filme totalmente vazio cuja única vantagem é ser curto, o que faz você não perder tempo demais com ele. Os atores ja fizeram coisa melhor, o diretor ja fez coisa melhor, o roteirista ja fez coisa melhor, esse é um filme que não fica marcado na carreira de ninguém, filme que ninguém vai colocar no currículo quando quiser um emprego. 

A solução é só esquecer que existe e seguir em frente. É a minha dica para os envolvidos na produção e para quem assistiu o filme também. Eu poderia recomendar apenas como diversão... mas tem filme melhor pra isso também. Então eu simplesmente não recomendo. Filmes de ação não escapam da responsabilidade de serem bons só por terem pancadaria desenfreada. Eu não tava esperando um filme complexo e profundo, eu tava esperando apenas um filminho de ação pra me divertir... e mesmo assim saí decepcionado. 

É ruim demais! 

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