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Se você está antenado no mundo
das séries de TV, sabe que Glee exibiu seu Series Finale essa semana! De 2009
até 2015, ao longo de seus 121 episódios e centenas de apresentações musicais, Glee conquistou e perdeu muitos fãs.
Como quase toda série, Glee teve seus altos e baixos. O problema é quando esse “baixo”
dura dois anos inteiros, resultando em mudanças bruscas no rumo da série e um
cancelamento na temporada seguinte!
Meu nome está na lista de pessoas
que abandonaram a série assim que ela saiu do foco. Ela já foi importante pra mim
e eu não queria ver ela se destruindo, então larguei logo após o primeiro
episódio da quarta temporada. Depois de muito tempo e com o anúncio de que a
sexta seria a última temporada, resolvi dar uma chance de redenção a série. Vi
as três temporadas que faltavam, inclusive o episódio final da série exibido
ontem!
Aqui está um retrospecto de um
antigo fã revivendo Glee e seu final emocionante!
O início de tudo, a temporada que tornou Glee um fenômeno mundial! Com o primeiro episódio exibido meses antes da série realmente estrear, Glee ja era uma das séries mais comentadas dos últimos anos quando atingiu a fall season, por sua genialidade em trazer uma série de TV musical de qualidade à um público jovem que estava sem uma grande série que o representasse. Rachel, Kurt, Artie, Mercedes, Tina e Finn formavam o New Directions original!
Do épico episódio piloto, até as Sectionals com Rachel cantando Don't Rain On My Parade, tudo era fantástico. Um episódio melhor que o outro (esquecendo que Acafellas existe). Quando a série retornou de sua pausa, com o episódio Hell-O, todos só falavam disso! Foi o segundo episódio mais assistido da série (perdendo apenas para o especial após o SuperBowl na segunda temporada, porque foi quase trapaça). Tudo conclui no episódio das regionais, onde as melhores performances da série foram feitas. Bohemian Rhapsody, na época que a competição realmente se esforçava, e um Medley Journey que fez a torcida por Finchel crescer como nunca antes!
Foi uma temporada extrema e épica, com pouquíssimas falhas. Lidava com problemas sérios da juventude, sem exageros, e ainda embalava tudo com as melhores músicas que encontravam. De gravidez adolescente até escolhas profissionais, tudo foi retratado com exito. Glee era uma série musical mas não era SÓ sobre músicas! Um bom roteiro ainda era mais valorizado que uma boa posição no iTunes! Se preparem, porque daqui as coisas começam a complicar.
Depois de uma ótima temporada, o que os fãs esperam é que ela progrida ou pelo menos mantenha o nível. Não foi o que aconteceu, mas também não houve uma grande queda de qualidade. Era diferente, mas ainda era Glee! Novos personagens foram adicionados (alguns que acompanharam a série até o fim, como Blaine e Sam) e muitas músicas novas foram cantadas. Aqui começa o problema, o que antes era "embalar a série com músicas dentro do contexto" se torna perdido. Não era mais sobre expressar sentimentos, era sobre vender álbum de trilha sonora.
Diferente da primeira temporada, que teve tempo para detalhar melhor o processo de seleção, ja que as regionals foram o fim da temporada com o Glee Club perdendo, nessa segunda temporada, o caminho é um pouco mais longo. Vai até as nacionais, então tudo é mais rápido para mostrar eles vencendo em cada etapa. Não fez mal ao ritmo da série, mas tornou as outras etapas bem mais previsíveis. "Ja que não é finale, quer dizer que eles vencem". Mesmo assim, ainda foi uma ótima temporada.
E aqui acaba a primeira fase boa da série! Essa é a pior entre as melhores temporadas da série, mas ainda manteve sua qualidade central, se você soubesse esperar por ela. Foram episódios bem ruins no começo da temporada, completamente aleatórios. O que antes era sobre problemas reais de um adolescente real, agora se torna o trabalho em cima de esteriótipos cansados que a própria série combatia no começo. O asiático que não pode tirar nota ruim, a loira acredita em duendes, Sam virou um stripper, o professor não sabe a matéria que ta ensinando, e por ai vai...
Depois de um tempo, a série volta a se encontrar. No episódio On My Way, eles lidam novamente com problemas reais da sociedade. E depois de uma pequena pausa, a série volta com o ep Big Brother, que é um das melhores da temporada. A partir daqui, só ótimos episódios! Choke, com a Rachel perdendo sua grande chance de entrar na NYADA foi uma das melhores cenas da série, muito bem interpretada pela Lea Michele e pela Whoopi Goldberg. Não tem como não se emocionar com Cry sendo cantada no final. Mesmo com tudo isso, Rachel da a volta por cima, consegue outra chance de se apresentar e espera a sua carta de aprovação com o Kurt. Rachel entra, Kurt não.
No meio tempo, mais vitórias obvias para o New Directions, ja que é a última temporada do elenco principal... ou pelo menos devia ser. A série tinha dois caminhos a seguir: Deixar o elenco ir embora e ficar em Ohio cuidando do New Directions com novos membros... ou seguir o elenco principal para NY. O que eles escolheram? Percorrer os dois caminhos... e é ai que Glee se perde inteira!
Total perdição de Glee! A temporada que destruiu a série. Com um elenco novo totalmente sem carisma em Ohio, e com New York carregando a série nas costas, Glee perde totalmente o foco. O que era pra ser sobre a vida no colegial, acaba se perdendo para poder mostrar como é ser adulto também. Então temáticas adultas tiveram que ser diminuídas para o público adolescente (como nudez em filmes universitários e drogas) enquanto as temáticas adolescentes eram muito fracas para um público se tornando adulto (decidir quem é a mais "diva" do coral ou esconder que gosta de música ruim).
Não há acertos memoráveis aqui, não há muito sobre o que falar. Estava ruim, muito ruim, mas ainda não tão ruim quanto podia ficar. Rachel foi a única que continuou progredindo, mas nem isso sobrevive ao desastre da próxima temporada.
A quinta temporada é abalada inicialmente pela perda do seu protagonista, Cory Monteith. Acho que ninguém imaginava o quanto o Finn faria falta até ele não estar mais lá. O episódio de despedida dele é o único que eu posso dizer que realmente valeu a pena ter assistido. Não tem como não se emocionar sabendo que boa parte das reações ali são reais e não apenas atuações. Principalmente da tarde de Lea Michele, que estava noiva dele quando a noticia chegou.
Fora isso, nada presta. A pior seleção de músicas, os piores enredos, os piores desenvolvimentos de personagens. De episódios sobre decidir entre ser GaGa ou Katy até um episódio absurdo sobre fantoches. Nem o episódio 100, tão esperado pelos fãs, salvou o resto. Reconhecendo o erro da série de dividir caminhos, Ohio é abandonada e Glee fica apenas em New York. Tarde demais... tarde demais. No único momento da temporada em que os roteiristas decidem falar de um assunto sério, com Kurt sendo espancado em NY por tentar defender um garoto gay, tudo é jogado fora quando da mais destaque para a Mercedes sofrendo preconceito por ter um namorado branco.
Rachel é destruída nessa temporada. Tudo que ela quis na vida ela abre mão. É quase vergonhoso o que fazem com ela. Depois de entrar na NYADA com muito esforço, ela desiste para estrelar na Broadway como Funny Brice, em seu musical favorito! E depois de um tempo como uma estrela na Broadway, ela cansa e começa a querer ter uma série de TV. Eu realmente não entendo o que foi que o Ryan Murphy fumou nessa época, mas foi a total destruição da personagem. De alguém determinado ela passou a ser alguém perdido. E não da pra perdoar Glee por essa!
A Redenção! Glee voltando as origens depois de uma das piores temporadas de uma série que eu ja vi na vida. Com apenas 13 episódios e ja sabendo do seu fim, Glee teve tempo de preparar um final satisfatório, praticamente pedindo desculpas pelas temporadas anteriores.
Rachel, como era de se esperar, perde tudo e volta pra Ohio para se reencontrar. Na verdade, quase todos os personagens clássicos estão sem lugar e voltam para casa! Assim eles dão vida nova ao New Directions, com novos membros e com novas histórias, sempre com aquele sentimento de última temporada. Podemos ver Sue pagando por suas maldades, Rachel e Jesse se reencontrando depois de anos. Mais performances da Unholy Trinity. Foi realmente uma boa maneira de terminar a série.
No episódio duplo de Series Finale, temos primeiramente uma recriação do piloto da série, mostrando pontos de vista que não tínhamos visto antes. Rachel e Kurt se conhecendo, Mercedes e Rachel em sua primeira "disputa" saudável. Muitas coisas do piloto começaram a fazer mais sentido depois desse episódio. Pudemos até ver a audição do Artie para o Glee Club, algo inédito. E, é claro, finalizando com o tema oficial da série: Don't Stop Believing! Uma ótima maneira de começar o fim, nos lembrando como as coisas eram antes de mostrar como elas ficaram.
O último episódio é focado principalmente em mostrar o que acontece no ano de 2020, cinco anos no futuro dos personagens. Vemos Tina e Artie juntos, vemos Will e Emma com diversos filhos e felizes juntos, vemos Sue Silvester como vice-presidente dos Estados Unidos e planejando ser presidente em breve, vemos Rachel servindo de barriga de aluguel para Kurt e Blaine, casada com Jesse e ganhando seu primeiro Tony Award (o prêmio máximo para uma atriz de teatro). Tudo isso culminando numa fantástica performance de I Lived, da OneRepublic! É o fim que a série merecia, é o fim que ela sempre mereceu.
Glee é uma série muito falha, mas fico feliz de ter assistido esse finale. Foi realmente um fechamento pra história da melhor maneira que poderia. E, no fim, acho que isso valeu mais do que suas falhas. Tava na hora de acabar, mas agora que acabou vai fazer mais falta do que deveria. E espero que tenha gostado dessa jornada nas memórias da série até aqui. Todos os momentos bons e ruins trouxeram para esse momento final, que compensou muito mais do que eu poderia imaginar!
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