Crítica | O Espetacular Homem-Aranha 2 - A Ameaça de Electro

Eae, pessoal. Se você esta lendo esse texto, você estão participando da estreia oficial do meu blog, então obrigado. Esse blog é feito para vocês, tanto leitores novos quanto aos que já reclamavam que eu devia fazer um blog há meses. Pois chega de lotar o facebook de vocês com textos gigantes. Agora eu vou lotar o blog de textos gigantes. Pelo menos esteticamente vai ficar mais arrumado... Mas vamos ao que interessa.

Acabo de voltar do cinema, onde assisti ao novo filme do Homem-Aranha, e devo deixar claro de uma vez que achei o filme incrível e muito bem escrito, interpretado, editado e exibido. Desde sua primeira cena até o último golpe do herói aracnídeo, o filme é um espetáculo aos olhos e vale muito o dinheiro investido no ingresso. Podem ler o texto sem problemas, ele é LIVRE DE SPOILERS GRAVES.

No último filme, Peter promete nos últimos momentos de vida do pai de sua namorada que irá se afastar dela, já que é perigoso para ela ficar perto do Homem-Aranha, pois vilões virão na sequência e a segurança dela é mais importante. Depois de 10min de filme, ele descumpre a promessa e The End. Agora vem a sequência.

Depois de cinquenta mil trailers e uns 100 mil sneak peeks do filme, sobra pouco para realmente se ver na tela... a não ser que você seja como eu e parou de ver material promocional depois do primeiro trailer que viu (que infelizmente revelou a origem inteira de Electro, cada detalhe). Talvez tenha sido uma estratégia de marketing boa, mas realmente enche o saco de quem evita spoilers a todo custo. 

Vamos à Sinopse:

Peter Parker, o Homem-Aranha, acha ótimo ser herói, apesar de sempre passar por situações complicadas, especialmente com sua namorada Gwen Stacy e sua tia May. O herói aracnídeo equilibra sua dupla vida da forma que pode. Na segunda parte do filme 'O Espetacular Homem Aranha', Peter está preocupado com a promessa que fez ao pai de Gwen, que se afastaria dela para protegê-la. Dividindo o tempo entre herói e humano, ele também precisa lidar com o surgimento de um novo vilão poderoso: Electro.

Bom, o filme começa nos contando mais sobre os pais de Peter, e isso tem uma grande importância na primeira parte do filme, mesmo que, misteriosamente, perca esse destaque depois de um tempo (com muitas perguntas ainda para serem respondidas, talvez uma maneira de ter mais coisas pra contar no terceiro filme). Quando a história volta ao presente, vemos o quanto Peter Parker gosta de ser o Homem-Aranha, e, afinal, o que tem pra não gostar? Uma das partes que eu não gostava da trilogia original era o quanto o Peter sofria por ser o Spider-Man: "Tenho que ser um ou outro, meus poderes não funcionam porque eu to em conflito interno", beleza, mas você é um super herói, aproveite.

Quando os vilões surgem (um deles com uma origem meio Mr. Freeze de "Batman e Robin", só que melhor interpretada) e se unem, todo o resto do filme perde destaque para que a batalha final seja preparada. Batalha essa que vale o filme todo, muito bem bolada, muito bem escrita e que vale a pena ser revista diversas vezes. Chega ao nível da batalha épica do metrô em Homem-Aranha 2 (2004). Vai ser complicado superar essa cena num terceiro filme. E tem que tomar cuidado pra não lotar de vilões para compensar, porque não funcionou da última vez. 

Essa sequência é bem mais engraçada e bem mais dramática que o seu anterior. Parece que foi tudo expandido ao máximo possível, desde a escolha dos vilões e suas origens, passando pelos momentos de Peter Parker fazendo graça enquanto captura bandidos, até chegar no ápice do filme em seus 20 minutos finais. O romance de Peter e Gwen também é bem melhor desenvolvido, mesmo que ainda perturbado pela promessa de Peter ao Capt. Stacey no fim do primeiro filme. Cenas românticas, cenas engraçadas, e a química entre Andrew Garfield e Emma Stone nunca esteve maior. 

Falando dos atores que, obviamente, são parte importante do sucesso da nova franquia, Andrew entrega mais uma vez um Peter Parker convincente e natural, sem exageros (Tobey Maguire ta ficando cada vez mais pra trás. Mesmo ainda tendo os fãs mais fieis, não da pra negar o incrível trabalho que Andrew fez nessa nova franquia). Emma Stone ainda rouba a cena e está ainda melhor nessa segunda vez no papel de Gwen Stacey. Ela consegue ser linda e atuar perfeitamente, coisas que hoje em dia tá difícil encontrar numa pessoa só. Com um papel bom de verdade, ela tem chances de levar o Oscar pra casa um dia desses. Tem uma carreira fantástica pela frente.

     

No lado dos vilões, temos o fantástico Jamie Foxx que consegue convencer com um papel bem difícil de levar a sério. Quando somos apresentados ao nerd, deslocado e invisível Max no começo, se não fosse um ator sério e muito bom no que faz, poderia ter estragado o filme em cinco minutos. Não é o que acontece, ele convence como super vilão e como vítima da maneira correta. Um ganhador do Oscar no elenco faz diferença. O outro vilão, Harry Osborn (interpretado por Dane DeHann), por mais que interprete melhor que James Franco, ainda sofre com o exagero em algumas cenas onde sutileza seria mais convincente (algumas falhas no roteiro cooperam, pois o playboyzinho que nunca faz nada da vida derruba dois guardas de uma prisão em segundos, porque isso faz sentido). Quando caracterizado de duende então... lá se vai qualquer credibilidade. Mas valeu a tentativa, no geral não prejudica o filme. 

Deixando o lado humano de lado e indo para o lado técnico, vemos que os supostos 200milhões de Dólares no orçamento foram bem gastos neste que é o filme mais longo já feito sobre o herói (142 minutos muito bem usados). Tanto o visual do filme, com efeitos e fotografia que realmente beiram a perfeição e sem pontos fracos (você realmente chega a acreditar que tudo aquilo poderia acontecer na frente dos seus olhos), quanto a parte sonora, que se encaixa perfeitamente com o filme em cada parte. Obra muito bem elaborada por Hans Zimmer e bem mais heroica (mas menos profunda) que a do filme anterior de James Horner. A parte cantada também foi bem escolhida, com Gone Gone Gone, do Phillip Phillips, tocando numa das cenas enquanto Peter investiga os mistérios de sua família, e It's On Again, de Alicia Keys e Kendrick Lamar, que dá um ótimo tom para os créditos do filme (I am a lonely hero, trying to fight my battles). Mas no geral, ainda não supera a trilha da trilogia anterior, escrita por Danny Elfman (os créditos iniciais de Homem Aranha ao som da música tema ainda arrepiam).

  

No geral, é um filme que conseguiu superar seu antecessor, fazer jus ao nome "Espetacular" e deixar todos esperando pelo terceiro filme com aquele final. Drama correto na hora correta, assim como a comédia, sem deixar nada constrangedor para os personagens ou para o público que as vezes tem que lidar com exageros de comédia onde não devia existir (o que acontece em, mais ou menos, todo filme Marvel, ou seja: perigo dobrado. "Eu to quase morrendo, e agora? Vou fazer uma piada, parece a coisa certa"). Spider-man foi mais uma vez representado como esperança para Nova York, algo como Harvey Dent foi para Gotham City, mas sem um Coringa para corrompê-lo. Espero que um lado obscuro do Peter seja explorado ainda nessa franquia. É realmente só o que falta. 

O único problema poderá vir na sequência. Quando vem um filme que muda muito os rumos da história, e esse é um deles, o próximo tem a obrigação de continuar o que esse começou e, ao mesmo tempo, criar sua própria identidade como filme. Poderia passar horas citando exemplos que falharam nessa missão. O Espetacular 2 não tinha muito o que seguir, o primeiro filme amarrou bem as pontas e deixou livre o que fazer no volume dois. Mas esse segundo filme é completamente solto, ele depende de uma sequência pra manter sua posição como ótimo filme. Tanta coisa pode estragar: superlotação de vilões, história corrida, má escolha de elenco (ainda tenho minhas dúvidas sobre Shailene Woodley como Mary Jane), tentar fazer mais comédia do que o necessário. Se a sequência estragar tudo, a glória desse filme será perdida também no processo... Vamos esperar.

Planejo revê-lo no cinema, o que é algo que estou perdendo o hábito de fazer. O primeiro Amazing Spider-Man, por exemplo, eu só assisti no cinema e acabou ali, nunca o revi. Já esse segundo parece o tipo que eu posso ver 50 vezes e nunca vai ficar tedioso. Espero que eu esteja certo, pois vou testar isso em breve...

Nota do filme: 9/10
É complicado julgar com números, porque é como comparar filmes que nem sequer se parecem ou tem o mesmo motivo de existir. Vou tentar ser o mais justo possível com essas notas. O filme perde apenas um ponto pois existem filmes melhores no gênero que ele e que vão merecer esse dez que eu estou guardando. Mas no quesito "filme do homem-aranha", eu não consigo imaginar como esse filme poderia ter sido melhor.

CURIOSIDADES SOBRE O FILME (via IMDB)
- Esse foi o primeiro filme do Homem-Aranha a ser filmado inteiramente em Nova York e também a maior produção cinematográfica ja feita na cidade. 

- O cão com o qual Gwen Stacey passeia enquanto Peter Parker a observa pertence realmente a Andrew Garfield e Emma Stone. Eles o adotaram em 2013

- Shailene Woodley foi contratada como Mary-Jane Watson e inclusive filmou cenas. Mas seu papel foi cortado do filme pois os produtores acharam que ja existiam personagens demais no filme e queriam que Gwen Stacey tivesse o total destaque como interesse amoroso de Peter Parker. 

- Levava 3h30min para a maquiagem de Duende Verde usada por Dane DeHann (Harry Osborn) ficar pronta. A roupa, que pesava 22 kilos, demorava uma hora para ser vestida. 

- Jamie Foxx (Electro) e Chris Cooper (Norman Osborn) são os primeiros atores com Oscar a interpretarem vilões do Homem-Aranha. Chris Cooper também foi cogitado ao papel de Dr. Octopus no segundo filme da trilogia de Sam Raimi. 

- Em agosto de 2011, onze meses antes do lançamento do primeiro filme, a data de estreia desse segundo filme já havia sido anunciada. 

- Primeiro filme do aracnídeo a não usar nenhuma filmagem nova de Tio Ben. Ele aparece no filme, mas apenas em flashbacks ja usados anteriormente no começo. 

- De acordo com os atores, a luta final entre Homem-Aranha e Duende Verde foi bem mais violenta e longa, mas teve que ser cortada para manter a classificação etária baixa. 

   

Bom, é isso, espero que tenham gostado do texto e até a próxima pessoal o/
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